Disturbios do Movimento

Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. Com o envelhecimento da população que tem uma expectativa de vida mais longa, o aparecimento desta doença tem se tornado cada vez mais comum.

No início os sintomas são mais brandos e geralmente têm progressão lenta, como: tremor ao repouso (percebido mais nos braços, pernas ou queixo), micrografia (redução da letra), lentidão motora para realizar movimentos finos, caminhar ou se levantar da cadeira, assim como certa rigidez motora.

 

 

 

Hoje é sabido que o processo degenerativo da DP inicia anos antes dos sintomas motores surgirem, por isso atenção aos sintomas não motores que podem funcionar como pistas para o diagnóstico. São eles: perda do olfato, distúrbios do sono, constipação e depressão.

É importante lembrar que cada pessoa desenvolve um quadro diferente, podendo ou não apresentar os sintomas descritos. O diagnóstico, avaliação e tratamento são feitos por médicos especializados.

Tremor essencial

O Tremor Essencial (TE) é o distúrbio do movimento mais comum, ocorrendo em 1% da população geral. Há uma distribuição bimodal com picos na segunda e sexta décadas, e forte componente genético, sendo até 5x mais comum em pessoas com familiar de primeiro grau com TE.

É uma síndrome de tremor isolado, geralmente de ambas as mãos, na qual o tremor é tipicamente mais perceptível ao segurar as mãos estendidas ou fazer movimentos como segurar um copo, usar uma colher ou escrever. O tremor geralmente cessa quando as mãos/braços estiverem completamente relaxados e apoiados.

Segundo os critérios diagnósticos da Movement Disorder Society é necessário duração de pelo menos 3 anos com tremor característico sem associação com outros sintomas neurológicos para levantarmos esse diagnóstico.

O diagnóstico é totalmente clínico. O tratamento pode ser bastante eficaz com medicações e, em alguns casos, a estimulação cerebral profunda pode ser indicada.

Distonia

Distonia é o terceiro distúrbio do movimento mais comum. É caracterizado por contrações musculares frequentemente repetitivas que causam posturas anormais, muitas vezes incapacitantes e dolorosas. Os movimentos distônicos são tipicamente padronizados, torcionais e podem ser tremulantes.

Essas contrações podem ocorrer basicamente em qualquer músculo do corpo. A apresentação mais comum de distonia é a cervical, onde se enquadra o torcicolo, podendo também ocorrer em face como no blefaroespasmo (piscamento excessivo dos olhos).

O diagnóstico preciso de qual tipo de distonia se trata depende de uma avaliação clínica precisa e pode depender de teste genético e exame de imagem cerebral. Já o tratamento pode ser feito com aplicação de toxina botulínica, com uso de medicações e até mesmo com a estimulação cerebral profunda.

Distúrbios do movimento

Distúrbios do movimento é um grupo heterogêneo de doenças que alteram o controle voluntário dos movimentos corporais, sem afetar diretamente a força ou o tônus muscular. Podendo acometer indivíduos em qualquer idade.⁣

É basicamente dividido em dois grupos de doenças: aquelas que cursam com hipocinesia (escassez de movimento, diminuição da amplitude do movimento e lentidão motora), do qual a mais conhecida é a Doença de Parkinson; e o grupo de doenças que causam hipercinesia (movimentos excessivos, involuntários e anormais).⁣

– HIPOCINESIAS: parkinsonismo, apraxia, cataplexia, catatonia, fenômeno de freezing e festinação de marcha.

– HIPERCINESIAS: discinesias, ataxia, coréia, distonia, mioclonia, tiques, tremor, acatisia, atetose, balismo, espasmo hemifacial, síndrome das pernas inquietas e esteriotipias.

Neste específico ramo da neurologia é fundamental um exame neurológico criterioso para atingir o correto diagnóstico e tratamento.

Parkinsonismos Atípicos

Os parkinsonismos atípicos são um grupo de condições neurológicas que apresentam sintomas semelhantes à Doença de Parkinson, mas com algumas diferenças importantes. Em geral, a evolução é mais rápida e a resposta aos medicamentos como a levodopa costuma ser limitada, o que exige atenção especial no diagnóstico e acompanhamento.

Entre os principais parkinsonismos atípicos estão:

  • Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS)
  • Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP)
  • Degeneração Corticobasal (DCB)
  • Demência com Corpos de Lewy (DCL)

Essas doenças podem apresentar, além dos sintomas motores, manifestações como quedas precoces, alterações da fala e da deglutição, distúrbios cognitivos ou problemas de pressão arterial.

O tratamento é sempre individualizado. Embora o uso de medicamentos possa trazer algum benefício, o acompanhamento multidisciplinar com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional é fundamental para preservar autonomia e qualidade de vida.

O diagnóstico e acompanhamento devem ser feitos por médicos especialistas em Distúrbios do Movimento, garantindo condutas personalizadas para cada fase da doença.




Espasticidade

A espasticidade é uma condição caracterizada pelo aumento involuntário do tônus muscular, causando rigidez, movimentos limitados e, muitas vezes, dor. Pode afetar diferentes partes do corpo e impactar atividades simples do dia a dia, como caminhar, vestir-se ou realizar tarefas com as mãos.

Entre as principais causas da espasticidade estão condições neurológicas que afetam o sistema nervoso central, como: acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismo cranioencefálico (TCE), lesões medulares, esclerose múltipla e paralisia cerebral.

O tratamento pode incluir fisioterapia e reabilitação, mas a toxina botulínica é uma opção eficaz para relaxar os músculos, reduzir a dor e melhorar a mobilidade. O acompanhamento individualizado é fundamental para preservar autonomia e qualidade de vida.

Tremores

O tremor é um movimento rítmico e involuntário de uma parte do corpo, geralmente das mãos, mas que também pode afetar cabeça, voz ou pernas. Embora muitas pessoas associem o tremor apenas à Doença de Parkinson, existem diferentes tipos e causas que precisam ser avaliados com cuidado. Entre os principais estão: o tremor essencial (mais comum e muitas vezes hereditário), o tremor parkinsoniano, o tremor fisiológico exacerbado (associado a ansiedade, fadiga, cafeína ou medicamentos) e alguns tremores secundários ligados a doenças ou substâncias.

O tratamento é individualizado, podendo incluir medicações específicas, mudanças de estilo de vida e, em alguns casos, procedimentos como a toxina botulínica ou a estimulação cerebral profunda (DBS). O mais importante é identificar corretamente a causa do tremor para indicar a melhor conduta em cada situação.